Se você não vive em Nárnia, sabe do que aconteceu com algumas vinícolas de Bento Gonçalves, acusadas de prática de trabalho análogo à escravidão, por conta de trabalhadores terceirizados. Os ingênuos e ignorantes compraram essa pauta, demonizando as empresas e a terceirização. Tudo indica que as motivações foram políticas.
Olha, ao longo dos anos 1990 e começo dos 2000 eu era Diretor de Marketing de uma grande empresa e terceirizei diversas atividades. Por exemplo, com alguns funcionários da área de promoção de vendas, que foram demitidos por mim para montar suas empresas, que contratei em seguida para executarem o mesmo trabalho que faziam quando empregados. Eles aceitaram o risco e foram em frente. Hoje, duas décadas depois, atendem a diversos clientes, têm dezenas de funcionários e nem pensam em voltar a ser CLT.
Ah, Luciano, você está contando o caso de quem deu certo. E quem não deu?
Bem, na minha experiência, todos que se organizaram deram certo, porque havia um mandamento rígido: jamais terceirizar algo para alguém pior que nós. Só haveria sentido na terceirização se ela representasse, sem aumento substancial de custos, melhoria nos serviços.
Transformei diversos funcionários em empreendedores, a partir do estímulo da terceirização, que é uma excelente saída, de eficiência comprovada por mim, pessoalmente, em inúmeras ocasiões. A terceirização responsável abre oportunidades para que coisas aconteçam; dá chance às pessoas de obter trabalhos aos quais não teriam acesso; ajuda a melhorar a qualidade de processos; dissemina melhores práticas pelo mercado e espalha o vírus do empreendedorismo pela sociedade. A terceirização irresponsável dá no que aconteceu com as vinícolas: no meio do monte de virtudes da terceirização sempre tem um filho da puta que vai explorar outras pessoas, jogar sujo, não pagar direitos, como existe em qualquer lugar, inclusive naqueles onde a CLT prevalece.
É preciso evoluir nas questões trabalhistas e a terceirização é um caminho antigo, já experimentado e de eficiência comprovada, mas que muitos brontossauros, lentos, pesados e espaçosos, teimam em contestar, alegando precarização do trabalho e, como sempre, legislando pela exceção e exigindo um Estado equivalente ao Indominus Rex.
E assim continuamos empurrando o problema. Até o dia que o asteróide chegar.
Esta reflexão continua em https://youtu.be/k4zzJIuwQQo
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