Olha, sei muito bem quanto custou minha saída do armário político, quando em 2014 decidi abraçar o tema “política” em meus conteúdos. Foi um horror, que continua até hoje. Sou continuamente assediado nas mídias sociais, de xingamentos a ironias, todo dia vem uma provocação, um “eu avisei”, um “bolsominion”, passador de pano e outra estupidez parecida. Perdi milhares de seguidores desde que revelei o voto em Bolsonaro. Eu, que já era questionado por minhas posições “conservadoras light”, me transformei num monstro para uma porção de gente que grita.
E muita gente que gosta de mim me manda conselhos, para eu me calar, falar só de música, reconhecer que estou arrependido, que eu errei. Cara, os norte americanos têm um termo para esse tipo de conselho: chicken. Ou então yellow.
Manter-se íntegro com seus valores cobra um preço alto. E olha que não tive repercussão no meu “emprego”, já que eu sou o dono do meu negócio. Mas provavelmente deixei de ser contratado para palestrar e de ter programações de anúncios em meus podcasts reacionários, fascistas, misóginos, negacionistas e terraplanistas.
Isso posto, “bravura” é o termo correto. Tem de ter culhões para encarar a turba ignorante. E em momentos como hoje, quando a turba está histérica, a coisa atinge níveis absurdos.
Tenho conhecidos que me pediram explicitamente para não tocar em política nas entrevistas que fiz com eles. Por medo desse ataque, que pode destruir o negócio deles.
E o pior disso tudo é a autocensura. Como aconteceu recentemente, de eu levantar de madrugada para reeditar um trecho de um podcast publicado minutos antes, pois percebi que abria uma brecha para que canalhas fossem até meus patrocinadores exigir meu cancelamento. Isso é real, no ano de 2022.... Existe até um movimento coordenado de organizações especializadas em pressionar empresas para que parem de anunciar em sites, programas e iniciativas que tenham ideias diferentes do que a patota do politicamente correto prega. E nem precisa ser ideias revolucionárias ou agressivas. Basta não ir a favor da maré.
E para evitar essas censuras, a gente de autocensura. E aí é como morrer um pouco. É ser refém da estupidez. Você acaba dirigindo sua vida conforme o que os canceladores exigem!
Vou continuar a reflexão neste vídeo.
https://www.youtube.com/watch?v=OLENAtPiclk
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