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Cara, tudo que eu queria era ouvir um “não”. Sabe por quê? Porque diante dele, eu sei que tenho de buscar alguma alternativa. Parto para outra. Mas não. As pessoas perderam a capacidade de dizer “não”. Para dizê-lo precisam estar ancoradas em alguma decisão maior que lhes retire a culpa...
E nem estou me referindo ao “não” por avaliação minuciosa da situação, mas ao “não” por educação.
Por favor, diga-me não.
Tá esquisito? Explico.
Alguma coisa aconteceu com a etiqueta do mundo dos negócios, que fez com que o relacionamento entre as pessoas se transformasse em relacionamento entre avatares, entre robôs, desprovidos de sentimentos, de educação e de respeito. Uma demanda não é recebida como algo que precisa ser respondido. Não. Só merece atenção se puder prejudicar quem a recebeu. Ou se representar um ganho estupidamente irresistível. Não sendo assim, a demanda é algo a ser colocado num canto, para caducar.
Entro em contato com um potencial cliente, patrocinador, parceiro, colaborador. Mando a demanda. Ele recebe e não responde. Silêncio. Sei que leu, sei que entendeu, mas não responde.
Cara, por favor, diga-me não!
Não quero, não interessa, não é bom, não vi valor, não é hora. O não é uma palavrinha mágica, sabe por quê? Porque ele libera a gente para cuidar da vida, investir em outras paradas. O não é libertador.
Se for um “não” calcado numa avalição cuidadosa da minha proposta, ficarei satisfeito em recebe-lo. Provavelmente junto com ele vem um feedback precioso.
Se for um “não” por preguiça, ignorância, preconceito ou simplesmente burrice, ficarei desapontado, mas... seguirei em frente.
Quando o “não” não vem, é substituído por um silêncio sepulcral, pela não-resposta, indica que estou recebendo o pior dos sentimentos: a indiferença. Para a pessoa, eu não existo. Fico num vácuo.
O não liberta.
Dê-me um não, por favor...
Você também se incomoda? Então fique comigo que continuo esta reflexão neste vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=V5P-5B-NX64
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