O meu Natal inesquecível aconteceu quando eu tinha uns dez anos, lá por 1966.
A família gigantesca reunia-se na casa de meus avós Duarte e Dora. Era uma tremenda festa, todos davam presentes para todos. Naquele ano só ganhei coisas que crianças detestam: meias, lenços, sabonetes…
Fui pra casa arrasado. Quando cheguei, meu pai estranhamente mandou que eu entrasse no quarto e acendesse a luz. Ao entrar senti um cheiro de coisa nova. Acendi a luz e no meio do quarto estava uma bicicleta. Uma Monareta branca e vermelha. Linda. Brilhante.
O melhor presente de Natal da minha vida.
O Natal é um período especial do ano. Uma convenção. Quando ele chega o tempo muda, um clima diferente toma conta da casa, da cidade, do país. Conheço muita gente que odeia o período do Natal. Acha triste, provavelmente por trazer lembranças de tempos felizes que não vão mais voltar. Lembranças de entes amados que já se foram.
O Natal traz saudades. Ele acorda a criança que dorme dentro de nós, reaviva sentimentos que nos dominavam quando tínhamos seis, sete anos de idade.
É um período em, o Natal, em que você, seja rico ou seja pobre, é sempre fascinante. Foi Erma Bomback, humorista norteamericana quem disse uma frase que chega a doer de tanta poesia:
“Nada mais triste que acordar numa manhã de Natal e não ser criança.”
E houve também um anônimo cruel que disse: “Aprendi que o homem tem quatro idades: quando acredita em Papai Noel, quando não acredita em Papai Noel, quando é o Papai Noel e quando se parece com Papai Noel.”
Que seu natal tenha sido perfeito e que seu 2022 seja ainda mais que perfeito.
No Youtube: https://youtu.be/OfqQNr0cm3E
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