Correlações acontecem quando as coisas se relacionam. Por exemplo, o Zé adora a festa junina da igreja. Ele vai vestido de caipira e com uma barba desenhada com carvão. E se mata de dançar e comer batata-doce. E então fica como um zepelin: grande, gordo e cheio de gás. Tanto a festa junina como a roupa de caipira, a barba de carvão, a dança e a batata-doce têm a mesma correlação com os gases do Zé. Mas não têm a mesma relação de causalidade.
A causalidade está entre a batata-doce e os gases. Se o Zé comer batata-doce numa festa italiana ou numa praia ou em casa em frente à televisão, terá gases. A batata-doce causa gases. “Se eu fizer isso, acontece aquilo”. Isso é ciência. Isso é causalidade.
O problema é que a maioria das pessoas não se dá ao trabalho (ou não tem capacidade) de pensar para entender essas relações. No Brasil (e não só aqui), a turma sai dizendo que festa caipira dá gases. Que roupa de caipira dá gases. Que pintar barba com carvão dá gases. Que dançar dá gases. E tem neguinho tentando convencer neguinho que soltar gases provoca festas caipiras… Isso acontece por ignorância, má fé ou estratégia política / comercial.
Entender as correlações não significa entender as causas do comportamento. Portanto preste muita atenção nos discursos dos educadores, dos políticos, dos jornalistas, das autoridades e dos vendedores que confundem correlações com causalidades.
Eles querem influenciar suas decisões.
Eles querem determinar seu futuro.
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