'Suspensão da descrença' é um termo cunhado pelo poeta inglês Samuel Taylor Coleridge em 1817.
Coleridge escreveu assim: “... meus esforços deveriam ser dirigidos a pessoas e personagens sobrenaturais, ou pelo menos românticos, mas de forma a transferir de nossa natureza interior um interesse humano e uma aparência de verdade suficiente para obter para essas sombras da imaginação aquela suspensão voluntária da descrença naquele momento, que constitui a fé poética. "
'Suspender a descrença' é aceitar temporariamente como verossímeis eventos ou personagens que normalmente seriam vistos como incríveis. É isso que você faz voluntariamente quando assiste um filme e vê um sujeito voando. Ou aquele revólver que dá 30 tiros sem recarregar. Ou aquela vaga para estacionar o carro na frente do tribunal. A gente sabe que nada daquilo pode ser real, mas concorda em suspender a descrença para poder curtir a história. E assim, voluntariamente aceitamos como reais as propostas dos autores, para vivenciar plenamente o que o artista está tentando transmitir. O dinossauro, o gorila de 50 metros, o menino mágico, o morto-vivo ou o dragão que cospe fogo, existem! E durante algumas horas, vivemos momentos mágicos.
Entendeu? Suspensão da descrença.
Olha, eu consigo suspender a descrença e aceitar que a Charlize Theron, com um braço só, dê uma surra no Tom Hardy. Consigo aceitar que o Robert Downey tenha uma armadura de ferro que o faz voar. Consigo aceitar que o Henry Cavill voe com capa e tudo, e quando coloca um terno e óculos não seja reconhecido por ninguém. Consigo aceitar até que Nicholas Cage se transforme numa caveira com a cabeça de fogo.
Mas aceitar que Renan Calheiros, Omar Aziz ou Randolph Rodrigues sejam paladinos da moralidade repletos de boa vontade e defendendo nossos interesses, é demais pra mim.
Aí não é suspensão de descrença. É ser um otário mesmo.
Versão no Youtube: https://youtu.be/TU9oTNCEzsM
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