Uns 15 anos atrás meu filho chegou em casa orgulhoso. Virou ídolo da turma pois estava “ficando” com uma das garotas mais fantásticas da faculdade.
- Tem gente que veio pedir meu autógrafo, pai!
Depois de um longo período sem comentários sobre a deusa, perguntei pela garota e ele disse, com aquela cara de decepção e desprezo:
- Ela gosta dos Travessos...
Os Travessos era um grupo de pagode liderado por Rodriguinho, que na época usava cabelos descoloridos e uma viseira na testa. Fazem aquela musiquinha nhém-nhém-nhém que infestava as rádios e programas dominicais da TV.
Pois então... Fã de pagodeiros? Para meu filho, acabou a Deusa da faculdade.
Quando eu tinha lá meus 13 ou 14 anos, em Bauru por volta de 1971, uns amigos loucos gostavam de Jimmi Hendrix e Led Zepellin. Eu curtia o Benito di Paula, que devia ser equivalente aos Travessos para meu filho. Em 1975 me mudei pra São Paulo, onde as referências de meus novos amigos eram Milton Nascimento, Sá e Guarabyra e Caetano... e eu com o Benito di Paula. Fui quase escorraçado. Mas com o tempo fui aprendendo a gostar das coisas boas da música. Hoje adoro Hendrix, Led Zeppelin, Milton, S´e Guarabyra, Caetano e... Benito Di Paula!
Nada como a maturidade para alargar nossas percepções.
Pois é... tive amigos que me mostraram novas ideias. Daí a importância de cada um de nós como mentores das gerações que nos seguem.
Olha, é tentador falar pra você prestar atenção nas pessoas com quem anda, mas aí me lembro de uma frase de Millôr Fernandes:
Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és. Pois é: Judas andava com Cristo. E Cristo anva com Judas.
Tem uma escolha individual no caminho.
Versão no Youtube: https://youtu.be/PSvIhf_5SDk
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