A vida toda conheci a história de Chapeuzinho Vermelho do ponto de vista de um narrador, no caso da versão clássica dos Irmãos Grimm, que botaram ordem nas informações, transformando-as numa história clássica. Eles escolheram os melhores ângulos e interpretações do ponto de vista deles, e assim nos encantaram com a menininha, a vovó, o caçador e o lobo mau. Mas o mundo mudou. Nos sentimos sonegados de uma parte da realidade, ao nos depararmos com a visão de um narrador só.
Como num grande Big Brother Brasil, estamos em busca da ação sob ângulos diversos e, teoricamente sem edição. Assim imaginamos que seja possível assistir além da narrativa e da manipulação de alguém.
Como seria Chapeuzinho Vermelho do ponto de vista da menina? Da Vovó? Do Caçador? E por fim, do Lobo? Seria a mesma história? Quem seria o vilão? Quais os motivos de cada um? Quem estaria certo?
Chapeuzinho Vermelho com as imagens capturadas pelas câmeras do narrador, da menina, da vovó, do caçador e do lobo mau, localizados em pontos distintos ao longo da trama. Essas imagens brutas iriam ao ar ao mesmo tempo e caberia ao telespectador montar a narrativa que lhe interessasse. Material extremamente rico em conteúdo, mas... sem ritmo.
Tem gente que aposta que esse é o futuro da imprensa. Eu vou esperar para ver. Acho que, até por um problema de capacidade mental, sempre precisaremos de alguém que nos conduza pela narrativa, apontando os detalhes que não conseguimos enxergar, ligando pontos e ajudando a entender a realidade.
O problema é que os narradores atuais têm feito um serviço de porco. Ou de lobo. Em vez de ajudar a entender a realidade, nos deixam desconfiados, bombardeados por suas mentiras, ideias românticas e promessas do paraíso.
Tome cuidado com os narradores que você escolhe.
No Chapeuzinho Vermelho 4.0, tá cheio de lobo se fingindo de menininha pra comer a vovó.
Versão no Youtube: https://youtu.be/99KMJLV_TqY
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