“Todas as pessoas são capazes de construir ideologias morais para justificar seus comportamentos, e geralmente tendem a convencer a si e aos outros de seus princípios conforme lhes convêm.” Essa frase é de Albert Bandura, psicólogo e pedagogo autor do livro Desengajamento Moral, que deveria ser obrigatório em todas as escolas.
No processo de justificativa moral, tentamos fazer com que a conduta prejudicial aos outros seja apresentada como algo valioso para propósitos morais e sociais. E assim, o que seria reprovável passa a ser aceitável.
Uma das ferramentas do processo de desengajamento moral é a linguagem eufemística, que troca termos ou expressões que possam ofender alguém, por outros mais suaves. Caixa dois vira “recursos não contabilizados”… ditadura vira “democracia social”… censura à imprensa vira “controle social da mídia”… Privatização é chamada de “desestatização”. Quarentena vira lockdown. Cada eufemismo permite um alívio moral.
Sabe qual é o problema? As pessoas se comportam de forma muito mais cruel quando suas ações são verbalmente atenuadas.
Racionalizar a conduta delituosa, é disso que trata o desengajamento moral.
Recorro a William Sheakespeare, na fala de Julieta, a namorada de Romeu:
“Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume.”
Pense nisso.
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