Em 2004 eu lancei meu livro Brasileiros Pocotó, tratando do poder de quem escolhia o que os brasileiros deveriam ler, ouvir e assistir. Profissionais de comunicação, financiados por marqueteiros, promoviam baixarias focadas nos mais rasos gatilhos mentais para busca fácil por audiência. E assim a baixa cultura criou uma geração de ignorantes, com consequências no futuro.
Agora uma pandemia nos fez acordar para valores fundamentais soterrados pela baixaria: caráter, responsabilidade, generosidade, honestidade e respeito.
O Covid-19 está dizimando reputações de quem, chamado a cumprir suas promessas, as revela vazias. Contratos sociais para a promoção e defesa da liberdade, da verdade e da justiça, são sistematicamente desonrados. Autoridades, artistas, empresários e, especialmente, comunicadores, revelam-se autoritários, oportunistas, hipócritas e desonestos, falseando a verdade, sonegando informações, disseminando o pânico e enganando o público.
Então senhores marqueteiros com poder de definir onde aplicarão suas verbas, assumam sua responsabilidade como financiadores da baixaria, da mentira e do desvio da atenção dos debates que realmente interessam.
Chega de financiar o espetáculo pelo espetáculo. Chega de agregar suas marcas a programas e comunicadores interessados apenas na audiência burra, na fuga da realidade e na promoção do irrelevante e da ignorância.
Honrem o dinheiro de seus patrões e clientes!
Qual tipo de sociedade vocês ajudam a construir? Centenas, milhares de produtores independentes estão aí, compromissados em promover o crescimento individual e coletivo da sociedade e não no dinheiro e na audiência fáceis. São eles, sem recursos, sem glamour, sem grandes corporações, que estão promovendo uma revolução silenciosa na comunicação, fora do radar dos marqueteiros que só enxergam o barulho inconsequente feito pelos mercadores de gatilhos mentais.
Senhores marqueteiros, repensem seu papel na sociedade. Por décadas vocês financiaram os monstros que devoraram a capacidade intelectual da nação. Dá tempo de corrigir.
Parem de alimentar quem desperdiça nosso tempo de vida.
Alimentem quem agrega valor a nosso tempo de vida.
A pandemia deixou claro que esse tempo não tem preço.
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