Cafezinho 255 – Melhores inimigos
Havia um ótimo documentário na Netflix, chamado Melhores Inimigos, que mostrava o encontro durante as prévias das eleições para presidente dos EUA em 1968, de dois intelectuais que não se suportavam. Eram o conservador William Buckley Jr. e o liberal, nos termos norte-americanos, escritor Gore Vidal numa série de dez debates exibidos pela emissora ABC.
As exibições ao vivo eram tensas, pois os dois eram brilhantes e as discussões repletas de indiretas e ofensas. Foi um arraso de audiência, com o público saboreando o conteúdo e a forma de entrega de cada um dos debatedores.
Lembrei disso ao ver alguns debates diários em emissoras brasileiras de rádio e TV nas últimas semanas.
Olha, descontando que os debatedores estão a anos luz de distância da capacidade intelectual de Buckley e Vidal, o que chama a atenção é que os idiotas são colocados no mesmo patamar de quem tem conteúdo. Não há uma seleção, talvez por falta de material humano. No começo é divertido, mas chega uma hora que cansa, viu? pois os idiotas jogam o debate para baixo. E o confronto de ideias acaba, restando apenas as ofensas e a iminente agressão física conforme a temperatura aumenta.
E isso joga a audiência para o céu, afinal, quem está interessado em debate de ideias, hein?
Queremos é o barraco.
Aliás, Buckley ameaçou dar um murro em Vidal ao ser chamado de cripo-nazista, mostrando que mesmo a paciência dos intelectuais, têm limite.
Eu teria dado o murro.
Parece que Melhores Inimigos não está mais na NetFlix. Que pena, eu mataria a saudade de um bom debate.
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