Num cafezinho anterior apresentei o termo “brasiliência” como uma forma de ver a vida, que faz com que as pessoas, mesmo sofrendo, sintam-se felizes. Brasiliência é a soma de brasileiro com resiliência. Liguei essa característica a nosso jeito brasileiro de ser, deixando no ar uma questão: brasiliência é virtude ou defeito? Bom... depende.
Se você olha-la como resultado da flexibilidade, da liberdade, da disposição a correr riscos, da criatividade, da capacidade de fazer piada nos momentos mais tensos, de apanhar, apanhar, apanhar, e continuar lutando, de encontrar saída de qualquer beco... Cara, a brasiliência é uma virtude! Ela nos ajuda a aceitar os desiguais, a tocar o barco, não importa quem nos dirige. Nos ajuda a conviver em harmonia, pretos, brancos, amarelos, vermelhos.... A brasiliência nos dá uma vantagem competitiva em qualquer lugar do planeta. A gente topa tudo e entra e sai de perrengues com uma competência... E se a coisa complicar, é só abrir uma cerveja.
Mas se você olhar a brasiliência como um motivador para encurtar caminhos a bel prazer, quebrar regras, olhar para si sem ligar para os outros, usar esperança como estratégia, acreditar num santo e ter a convicção de que sairemos ilesos de qualquer fria.... aí complica. Especialmente quando “os outros” são norte americanos, europeus, japoneses, a brasiliência é interpretada como resultado da irresponsabilidade, falta de comprometimento, incompetência... Seus sistemas e processos detalhados, sua ânsia pela antecipação, não ornam com nossa indisciplina e irreverência. Eles não dependem de um santo.
E a brasiliência, que poderia ser a nossa maior qualidade, é também nosso maior defeito. Como é que faz, hein?
Olha, eu não sei você, mas eu vou abrir uma cerveja.
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