E o tal especial de Natal do Porta dos Fundos? Olha, não assistirei, não tenho mais saco para adolescentes de 40 anos. Mas me preocupa a intenção de proibir que o filme seja exibido.
Democracia é tolerar conviver com quem pensa diferente. Mas democracia não é poder dizer e fazer o que quiser quando quiser. Há um limite, que seus avós ensinaram: a sua liberdade vai até onde começa a liberdade do outro. E termina na letra da lei, que nem sempre é objetiva. Aliás, pelo que temos assistido, parece que nunca é objetiva.
E se é subjetiva, por é que o subjetivo de alguém vale mais que o meu? Por causa da hierarquia social? Quem define, na subjetividade, o que é crime ou não? Quem é o juiz? É o que diz que zoar cristão pode, mas gay não? E se disser o contrário? Percebeu a armadilha? Ao abraçar o subjetivo do outro, é tentador cair na armadilha da censura. Quando perceber, estarei calando a voz de quem não gosto. E sujeito a que calem a minha, assim que mudar o subjetivo do juiz.
Democracia é a liberdade de dizer “não”, mesmo que você esteja em minoria. Saber conviver com quem pensa diferente é um desafio. Quem não sabe, tenta eliminar aquele que pensa diferente, na porrada ou usando os conceitos da própria democracia para atacá-la. A liberdade da democracia tem de ser defendida ferozmente, mas não como arma contra a liberdade da democracia.
Deixem o filme dos quarentões adolescentes lá. Mas não me obriguem a assisti-lo.
A mais eficiente forma de censurar ideias é meu direito de solenemente ignorá-las.
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